Isto de chegar-mos a uma certa idade e não estarmos despachadas com um companheiro/a é tramado!
A família começa a perguntar:
"Então e namorado?
Não queres fazer como os teus primos que casaram e estão a ter filhos?!?"
E a coisa piora: "Não queres dar netos ao teus pais???"
Não é que eu não queira, não é bem uma escolha é uma circunstância.
Não afugento homens assim da minha vida porque não quero ter ninguém. O que aconteceu até agora foi que primeiro não quis ficar numa relação na qual não era feliz. E que rapidamente percebi que sozinha era mais feliz do que com a pessoa que estava.
A pessoa que apareceu depois não era um homem com H maiúsculo e portanto quando a minha saúde fraquejou ele também fraquejou e pirou-se e depois desse só me saem duques!
Um era muito novo e portanto deu asneira, apesar de ter ido com a ideia de que a idade era só um numero (mas não é). O moço não sabia o que queria e eu acabei por perceber que aquilo é que eu não queria.
Outros só me veem como um pedaço de carne e lamento mas também tenho cérebro e gosto de lhe dar uso. Outros fazem-se de coitadinhos e acabo por, sem dar conta, fazer muitas horas de psicóloga e pronto farto-me. Afinal gosto de homens decididos, seguros e cultos. Mas estes devem estar em vias de extinção ou arrumados com alguém.
Acreditem mesmo que que nós solteiras já não exigimos metade do que no inicio desta coisa das relações. A certa a lista das exigências vai diminuindo, diminuindo, diminuindo... E estranhamente ninguém minimamente interessante aparece.
Como já disse ninguém opta por ficar sozinha as circunstancias levam-nos a este estado (solteira).
Ninguém gosta de ir ao cinema sempre sozinha, ninguém gosta de ir a festas sem acompanhante (especialmente casamentos em que o assunto companheiro está por tudo lado e também as belas festas de família). Ninguém gosta de passar o comercial dia de São Valentim sozinha.
E tudo piora quando, como me está a acontecer, as amigas casam e deixamos de ter com quem sair à noite, com quem partilhar um belo jantar.
Isto para não falar-mos nos problemas domésticos que a massa muscular masculina resolve, tal como abrir um frasco que teima em não abrir e sem o qual não dá para fazer aquela receita, apertar o parafuso direito de forma a não voltar a desapertar, chegar à última prateleira do armário, ajuda para carregar as compras do IKEA e a montar os ditos dos armários.
Isto para não falar-mos na questão dos filhos, da solidão, e do dito relógio que a biologia e a sociedade nos impõe e que dá connosco em doidas! Assunto que deixo para um outro desabafo sobre solteirices e afins.